sábado, 9 de março de 2013

Músicas que marcaram : Capítulo Oito - Dire Straits - Your Latest Trick


Sempre que vou ajustar o som do meu baixo em um show ou workshop, toco uma melodia bem característica que aprendi a ouvir e gostar a muito tempo atrás. Fico tocando enquanto passo o som e lembrando da música, que nem é de uma das minhas bandas preferidas, mas me marcou em uma época muito legal.
O disco Brothers and Arms, da banda inglesa Dire Straits foi um dos maiores sucessos comerciais dos anos 80. Lançado em 1985, o mesmo incluía músicas como "So Far Way", "Walk of Life" e o mega sucesso "Money for Nothing", músicas atemporais que ficaram na memória de todos. Porém, uma música me tocava mais do que as outras. "Your Latest Trick" . Música de número quatro do CD, começava com um sax tocado por Michael Bracker com uma melodia triste e marcante, seguida por uma letra que fala da noite e suas paixões. Com uma melancolia incomparável e descrita pela marcante maneira de Mark Knofler "sussurrar" as palavras sempre intercalando com a melodia do sax, que repete ao longo da música, o sentimento de nostalgia fica evidente. 
Tento, sempre que posso, reproduzir aquele solo de sax no meu baixo.  É claro que fica meio complicado e o Martinez sempre brinca comigo perguntando como em tantos anos eu ainda não acertei todas as notas. O importante é que quando as tento tocar volto a música e a um pouco do que ela representa pra mim. Uma deliciosa melodia com jeito de adolescência.



Your Latest Trick

All the late night bargains have been struck
Between the southern beaus and their belles
And prehistoric garbage trucks
Have the city to themselves
Echoes and roars of dinosaurs
They're all doing the monster mash
And most of the taxis, most of the whores
Are only taking calls for cash


I don't know how it happened
It all took place so quick
But all I can do is hand it to you
And your latest trick


My door was standing open
Security was laid back and lax
But it was only my heart got broken
You must have had a pass key made out of wax
You played robbery with insolence
And I played the blues on twelve bars down on Lover's Lane
And you never did have the intellegence to use
The twelve keys hanging off my chain


I don't know how it happened
It all took place so quick
But all I can do is hand it to you
And your latest trick


Now it's past last call for alcohol
Past recall has been here and gone
The landlord finally paid us off
The satin jazzmen have put away their horns
And we're standing outside of this wonderland
Looking so bereaved and so bereft
Like a Bowery bum when he finally understands
The bottle's empty and there's nothing left


I don't know how it happened
It was faster than the eye could flick
But all I can do is hand it to you
And your latest trick

Seu Último Truque

Todas as barganhas da madrugada foram feitas
Entre os galãs da zona sul e suas gatas
E os caminhões de lixo pré-históricos
Têm a cidade só para eles
Ecos e rugidos de dinossauros
Todos dançam o baile dos monstros
E a maioria dos táxis, a maioria das prostitutas
Só aceitam chamadas se for em dinheiro vivo


Eu não sei como aconteceu
Tudo foi tão rápido
Tudo que eu posso fazer é me entregar a você
E à seu último truque


Minha porta estava aberta
A segurança foi deixada pra lá
Mas foi só o meu coração que ficou partido
Você deve ter feito uma chave de cera para entrar
Você brincava de roubar com insolência
Eu tocava um blues em doze compassos lá na Alameda dos Amantes
E você nunca teve a inteligência para usar
As doze chaves penduradas em minha corrente


Eu não sei como aconteceu
Tudo foi tão rápido
Tudo que eu posso fazer é me entregar a você
E à seu último truque


Agora é passado, a última chamada para o álcool
As lembranças do passado estavam aqui e se foram
O patrão finalmente nos pagou
Os jazzistas em cetim já guardaram suas cornetas
E nós estamos do lado de fora deste paraíso
Parecendo tão acabados e estragados
Como um mendigo do Bowery
Quando ele finalmente percebeu que a garrafa está vazia e que não sobrou nada


Eu não sei como aconteceu
Foi mais rápido que um piscar de olhos
E tudo o que posso fazer é me entregar a você
E à seu último truque


sábado, 2 de março de 2013

Músicas que marcaram : Capítulo Sete - Nazareth - Love Hurts

Engraçado lembrar de tempos tão distantes. Na minha classe de madeira na sexta ou sétima série, do que  hoje seria o ensino fundamental, um aluno do turno da noite tinha desenhado o logotipo do AC/DC e do lado o do Nazareth. No colégio era comum umas festas no sábado a tarde e o que rolava muito era exatamente uma música chamada "Love Hurts". Na época eu não tinha ideia que era exatamente dessa banda. A introdução com o dedilhado de guitarra e os ataques de batera e baixo era o prenúncio de que vários casais apaixonados se uniriam e começariam a dançar "juntinhos", haha.
O Nazareth graças a essa canção ficou muito conhecido no Brasil. Meus dois primeiros discos foram exatamente do Nazareth e do Led Zeppelin. A canção simples, fala do que seria o "engodo do amor". Ele machuca e "é apenas uma mentira criada para te deixar triste". Se é verdade ou não, o certo é que o amor de tantos seguidores brasileiros os leva a atravessar o mar entre a Escócia e o Brasil e tocar nas mais variadas cidades do país ainda hoje, cerca de 35 anos depois de tê-la gravado.

Love Hurts

Love hurts, love scars, love wounds' and mars
Any heart not tough or strong enough
To take a lot of pain, take a lot of pain
Love is like a cloud, holds a lot of rain
Love hurts, oh, oh love hurts


I'm young, I know, but even so
I know a thing or two, I learned from you
I really learned a lot, really learned a lot
Love is like a flame it burns you when it's hot
Love hurts, oh, oh, love hurts


Some fools think of happiness, blissfulness, togetherness
Some fools fool themselves, I guess
They're not foolin' me
I know it isn't true, I know it isn't true
Love is just a lie made to make you blue
Love hurts, oh, oh love hurts
Oh, oh, love hurts (3x)
Oh, oh

O Amor Machuca

O amor machuca, o amor deixa cicatrizes, o amor fere e prejudica
Qualquer coração que não seja resistente ou forte o suficiente
Para aguentar muita dor, aguentar muita dor.
O amor é como uma nuvem, contém muita chuva.
O amor machuca, oh, oh, o amor machuca


Sou jovem, eu sei, mas mesmo assim
Eu sei que uma coisa ou duas, que eu aprendi com você.
Eu realmente aprendi muito, realmente aprendi muito.
O amor é como uma chama: ele te queima quando é ardente.
O amor machuca... Ooh, ooh, o amor machuca.


Alguns tolos pensam em felicidade, suprema alegria, união.
Alguns tolos enganam a si mesmos, eu acho,
Mas eles não estão enganando a mim.
Eu sei que não é verdade, eu sei que não é verdade.
O amor é apenas uma mentira criada para te deixar triste.
O amor machuca... Ooh, ooh, o amor machuca...
Oh, oh, o amor machuca (3x)
Oh, oh

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Volta do Blog com o Diário do Hangar - Abril 2012


Voltando  ativa 

Muitos me perguntam porque parei de escrever no blog e porque parei com os diários. Simples. Os problemas que tivemos com nossa formao e absoluta falta de tempo. Durante 2012 tivemos umagenda repleta de atividades com a banda e individualmente. Onze shows e  trinta workshops pelo Brasil ocuparam bastante agenda desse ano, mas o balanço do ano vem mais adiante. Tivemos coisas bem legais como os shows com o Cristiano Wortmann e o Mike Polchowicz que valeram muito. Para desenferrujar um pouco segue abaixo o último diário que escrevi em abril de 2012. Espero que gostem e daqui pra frente vou ser mais assíduo no blog.Saudações.

NM


Diário Hangar 2012
Seguindo nosso diário do Hangar, desta vez com nossas aventuras pelo Nordeste em direção ao fracassado Metal Open Air, passando antes por Pernambuco, Piauí e Ceará para workshops e um workshow.
Viajar para o Nordeste é sempre uma alegria, mas também traz muita apreensão. Essa seria a sexta vez do Hangar na região. Em todas às vezes fomos via estrada. Em 2003, na nossa primeira vez fomos de ônibus de linha. Saindo da rodoviária do Tietê em São Paulo levamos 62 horas até São Luís no Maranhão. Em 2004, novamente mais 54 horas até Recife. Depois demoramos seis anos para voltar. Em agosto de 2010 em plena tour do Infallible voltamos em uma condição diferente com nosso próprio tour bus. O grande barato de viajar assim é o convívio que todos acabam tendo entre si. 

Detalhes
Estamos no final de uma tour que fez dois anos agora dia 01 de abril, então normal que a galera esteja já cansada de tanto tempo na estrada. Tivemos que recontratar uma equipe totalmente nova, com exceção do Daniel Fernandes que irá cumprir todas as nossas datas até o final no dia 19 de maio. Fizemos uma seleção através de e-mails e chegamos a três nomes: Peterson Fernandes, Enzo Camurça e Diego "Caveira". No decorrer da narrativa vou apresentá-los com todas as honras.
Voltando a viagem para o Nordeste e aos detalhes, durante o início do mês o Laguna e o nosso motorista, o Sr. Sebastião Telles cuidaram de todos os preparativos com o ônibus. Existe uma série de itens a serem verificados para uma viagem dessas, desde a troca de óleo, freios, suspensão, tacógrafos, baterias etc... Uma viagem de quase oito mil quilômetros no total não é brincadeira e envolve muita segurança.

Viagem 
Nos reunimos no dia 09 de abril em São Paulo. Ensaiamos para que tudo desse certo. Conhecemos nossa nova equipe. O primeiro que apareceu foi o Peterson Fernandes. Eu já havia conversado por telefone com ele e avisado que ia ser difícil, mas ele não acreditou. Depois foi a vez do Enzo Camurça. O Enzo é tipo um protótipo mais próximo possível de uma mistura genética de um "nerd" com um "geek" e uma pitada de "metaleiro" daqueles bem "metal melódico". De cara ele já ganhou um apelido,  que eu não posso publicar aqui, mas posso dizer que era o nome de um grande vocalista de uma banda nacional. Bah, se eu disser que ele é gordinho, vou entregar. Ahhhh, mas particularmente eu também o apelidei de “Sheldon” por motivos óbvios. Por último, chegou o Diego "Caveira". Bom, o Diego chegou e já de inicio notamos que a comunicação com ele era praticamente impossível. Vindo do interior do sul de Minas Gerais, Diego fala uma espécie de dialeto mineiro que ele insiste em dizer que é português brasileiro do sul de Minas "uai" auhauhauhauha.. Imagina o Aquiles tentando se comunicar com ele durante 15 dias. Isso foi só o começo...
Saímos de São Paulo no dia 10 de abril em direção a Palmares em Pernambuco. Pra quem não sabe são cerca de 2.500km, ou seja, são dois a três dias de viagem. Passar tanto tempo dentro de um ônibus com mais oito pessoas se traduz em poucas coisas a escolher:
1) dormir e se isolar do mundo como se nada estivesse acontecendo;
2) assistir a todos os capítulos de uma série tipo "Prison Break" ou "Dexter";
3) não deixar o Telles, nosso motorista dormir na direção; 
4) entrar em estado zen total e pensar, pensar, pensar até enlouquecer de tanto pensar;
Eu me situo entre a opção número 3 junto com o Laguna, e a 4. Presto atenção em alguma coisa da opção 2 junto com o Aquiles e jamais uso a opção 1, que eu sempre deixo para o Martinez.
Depois de tanto tempo, mesmo com o conforto do ônibus, a bunda já fica meio quadrada, não chega a ser um problema se comparado a falta de banho durante a viagem. 

Palmares
Chegamos a Palmares na noite do dia 12 de abril. Palmares é uma cidade de 60 mil habitantes e distante, cerca de 120km da capital Recife. Em 2010, Palmares foi devastada por uma enchente do rio Una que deixou a cidade submersa com cerca de 2 a 3 metros de água. Chegamos e fomos recepcionados pelo nosso anfitrião, Abidiel Junior, que logo se transformou em "ABIGAIL" pelas palavras do Aquiles, rsrsrsr. Como era tarde, jantamos e fomos para o hotel.
No dia seguinte pela manhã comecei a andar pelo centro da cidade e fui até o local que iriamos tocar. Quando marcamos a data me preocupei muito que o show seria em praça pública no centro da cidade, principalmente com a questão da segurança. Mas andando pela praça, pelo anfiteatro, comecei a conversar com as pessoas e comecei a perceber o quanto aquilo seria importante para nós e para a população.
O local do workshop foi inundado em 2010, por cerca de 3 metros de água. As pessoas na escuridão não sabiam o que estava acontecendo. Elas se ajudavam, gritavam em busca de segurança. São essas pessoas que reconstruíram a sua cidade. E naquele dia, elas que riam e agradeciam o tempo todo que estávamos ali para alegrá-los. Uma alegria de povo brasileiro no interior de Pernambuco. À tarde fizemos uma sessão de autógrafos na loja de instrumentos do Abidiel, agora oficialmente chamado de Abigail... Quando a noite chegou estavam lá cerca de dois mil pessoas que fizeram uma festa sem tamanho. Nenhuma briga, nenhuma confusão. Conhecemos pessoas maravilhosas como o fotógrafo, Denilson Vasconcelos e o nosso amigo, Pedrão.

Recife
Chegamos a Recife, velha conhecida. Lugar onde o Hangar em 2003 conseguiu a façanha de ter a música "To Tame a Land" como a mais executada pela rádio Cidade FM. O local do workshop foi um bar chamado "Barulhinho" no bairro Recife Antigo, que é uma parte histórica da cidade. Ao chegar reparei que o prédio era datado de 1925 e o prédio ao lado do bar era idêntico, porém com a pequena diferença que estava completamente em ruínas. Hum... De cara encontramos o João Marinho, o dono do Metal em Recife, o chefão maior da Blackout Discos e torcedor sofredor número um do Náutico Capibaribe. Eu sempre falo pro João que ele tem um bom gosto de torcer por um time de vermelho e branco, mas um péssimo gosto por tratar-se de um time "Náutico" e futebol é coisa de grama, terra, ou seja, eles nunca irão ganhar nada mesmo. Brincadeiras à parte, João foi o cara que apostou na nossa primeira tour em 2003 e abraçou a causa Hangar sempre que precisamos. Logo em seguida chegou Sérgio Maiden a bordo de sua moto flamejante de 1200 cilindradas. Sérgio também esteve na organização do nosso primeiro show em 2003 e depois de algum tempo morando nos "istaites", voltou para o Brasil. Fiquei muito tempo conversando com ele sobre a cidade gaúcha de Gramado, que ele se apaixonou quando esteve em férias no último verão.
Montamos a estrutura toda em tempo recorde e já havia muita gente do lado de fora formando uma fila para entrar. O calor era insuportável, pois o espaço era apertado, pequeno e estava muito quente. Antes de começar o evento chegou a minha grande amiga, Joanna D`arc, nossa doutora em Biomedicina que virou colorada de coração e está prestes a casar com o Fábio Bonotto, um gaúcho da cidade de Feliz. Ficamos tempo falando sobre como ela vai vencer o frio quando vier morar no Rio Grande do Sul, coisa que ela acha pouco provável de acontecer, mas eu insisto em pegar o seu pé. “-Vai morar sim”..hauha. O workshop do Aquiles foi um sucesso mais uma vez. Recife faz parte dos nossos corações. Depois de desmontar tudo fomos para o ônibus esperar a hora de começar a viagem para Caruaru. Como estávamos no centro do Recife Antigo, um lugar repleto de bares, música ao vivo e muita gente circulando, aproveitamos e fomos comer em um restaurante onde o Fábio e o Martinez acabaram dando uma "canja" com os músicos locais.

Caruaru 
Saindo de Recife tomamos a estrada que nos leva até Caruaru. Estivemos pela primeira vez na cidade em  2004. Fizemos um show histórico que em parte está registrado no nosso DVD no relançamento do Last Time. Temos muitos amigos na cidade como o baterista Júnior Eugênio, Júnior Sá da Nova Music e o grande David Sebastian. David ao longo dos anos tornou-se além de um fã um grande amigo. Formando em História, o trabalho de TCC dele é justamente sobre o Hangar. Montamos todo o equipamento muito rápido e fomos descansar um pouco no hotel. Como era domingo, o workshop aconteceu cedo e mais uma vez com casa lotada. Quem apareceu foi a nossa amiga e cantora Ayanne Barros, mas não conseguimos conversar. Como sempre atendemos todos até o final. No dia seguinte, antes de irmos para Picos, aproveitamos para passar pela feira de Caruaru, uma das mais tradicionais do Nordeste. A feira tem de tudo. Muita arte em barro, artesanatos em couro e bordados. David nos acompanhou até a saída da cidade e seguimos em direção ao Piauí.

Picos
No caminho em direção a Picos, atravessamos todo o estado de Pernambuco em uma longa linha reta de aproximadamente 500 km. No meio do estado passamos pela cidade de Custódia, onde encontramos nosso grande amigo Paulo Petersen. Paulo junto com o pessoal que falei anteriormente João Marinho, Sérgio Maiden e Joanna DÁrc foram nossos anfitriões em 2003 na primeira vez que estivemos no estado. Paramos em um bar e conseguimos conversar com ele e com a Elaine Mello, esposa e viúva do Hugo Mello. Hugo foi o responsável pelo show do Hangar em Caruaru no ano de 2010 e esteve no show de 2004. Era um fã da banda e faleceu aos 27 anos em um acidente de carro na mesma rodovia que estávamos passando. Elaine ficou emocionada ao saber da homenagem que fizemos ao Hugo um dia antes em Caruaru, quando ofereci a memória dele a música "To Tame a Land".  
Chegamos em Picos e quem nos recebeu foi o Rômulo Vinicius. Nos dirigimos até uma lancheria que ficava em frente ao hotel. Lá conhecemos o bonequinho que ficava cantando e andando de bicicleta. O apelidamos de "Michael Jackson". O Aquiles publicou uma foto dele "live" via Twitter. Fomos descansar e no outro dia pela manhã fomos montar o equipamento. O calor era terrível embora existisse um vento insistente. O local era um espaço destinado a eventos com duas escadarias em volta do palco principal. Era um clima meio de "baile de debutantes", mas um lugar limpo, novo e com um ambiente excelente. Durante a tarde ficamos indo e vindo para vários lugares sempre em companhia de um baterista da cidade chamado Nivan. O cara estava muito ocupado naquele dia, mas fez questão de nos acompanhar, mas sempre com o bordão preparado: "- Mamãe está esperando". Ele havia assumido um compromisso com sua mãe e ao mesmo tempo nos levava pra cima e pra baixo. Uma hora de tão confuso que ele estava, falando ao telefone ao mesmo tempo em que o Aquiles, ele começou a repetir as palavras que o Aquiles falava, pensando que era algum tipo de informação que devia passar pro Romulo. O Aquiles gritava "- Não, aqui!" e ele falava "- Não, aqui!" pro Romulo. Foi uma confusão tão grande que rimos muito.
Mais uma vez levamos um workshow do Hangar para uma cidade no interior do Brasil, onde nunca antes havia acontecido algo parecido. A carência desse pessoal para com o Rock ou Metal é enorme, o que fez com que este show recebesse um público muito grande. Havia vários músicos e fãs, para nossa surpresa até mesmo com camisetas da banda. Tivemos a participação da Talyanne Lavor nos vocais de Perfect Strangers e do próprio Romulo Vinícius na guitarra, que não fizeram feio não, foram muito bem. Um grande abraço ao Romulo Vinícius pela produção impecável.Ao chegar no hotel deparamos com uma pequena crise. O Peterson Fernandes, nosso roadie de cordas teve um pequeno “espano”, uma gíria nossa quando o cara “surta” e quer pular fora do esquema. Lógico que contribuiu pra esse momento o nosso querido guitarrista Eduardo. Nós sempre brincamos que quando o “Eduardo” aparece, as coisas tendem a ficar mais complicadas, mas brincadeiras a parte seguramos a “onda” do Peterson e ele voltou ao normal e seguiu conosco.     

Fortaleza
Praticamente sem dormir, saímos muito cedo em direção a Fortaleza. Era por volta das seis da manhã e todos estavam dormindo no ônibus e eu ali tentando prestar atenção no caminho. Eu sabia que deveríamos dobrar a esquerda a cerca de 25km de Picos, mas passado cerca de 40 minutos, o Telles não parava nunca de andar em linha reta. Não era a primeira vez que isso acontecia. Fui até ele e paramos para perguntar em um posto de combustível. Tínhamos passado 27km da BR que levava a Fortaleza. Voltamos todo o trajeto. Por volta das 11h da manhã chegamos a Fortaleza e encontramos nosso grande amigo, Edu Reche e a sua esposa, Cláudia proprietários da escola Bateras Beat. Seguimos direto para a casa do João Victor, um baterista/empresário/fã que estava ajudando na produção do evento. Fomos muito bem recebidos na casa do João pelos seus pais e amigos. A casa deixou muitos de boca aberta. Não é sempre que entramos em uma casa avaliada em 1,5/2 milhões de dólares como o João me falou. Após o almoço seguimos para o hotel, que ficava à beira mar. A tarde uma grande confusão. Tivemos que parar o trânsito para poder descarregar o equipamento no Oboé Centro Cultural, um local muito bacana.
Enquanto voltávamos para o hotel rapidamente para trocar de roupa, a fila já começava a se formar. O Edu vibrava muito com a quantidade de pessoas. Não havia mais como acomodar todos sentados e decidimos que o pessoal poderia ficar sentado ou em pé, mas a lotação deveria ser garantida. Vários amigos compareceram, em especial a Michely Sobral, que por muitos anos foi editora do net zine do Aquiles. A Michely já recebeu várias homenagens pelo seu apoio ao Aquiles e a banda e nessa noite não foi diferente. Aquiles saudou a sua presença com uma grande salva de palmas. Após o evento voltamos ao hotel. 

Metal Open Air 
Eu acho que não cabe nem dar muito espaço a esse pseudo festival nesse texto então vou me deter aos fatos referentes à banda e os dias que antecederam e sucederam o evento. Ainda na terça-feira na cidade de Picos, lembro que o Romulo e a sua irmã, Fernanda Ribeiro, me perguntaram com bastante entusiasmo sobre o M.O.A. Eu respondi que estava tentando uma resposta deles a cerca de uma semana sobre o nome do hotel e também sobre o nosso contrato, questões legais e de pagamento de cachê. Falei também que não estava acreditando no festival e que só "vendo pra crer". Uma semana antes eu havia comprado a passagem para o André ir direto a São Luís, já que nos workshops do Aquiles ele não estaria presente. Tínhamos um limite de tempo para resolver tudo. Deveríamos ter a confirmação de tudo até quarta feira a noite, para que viajássemos toda a quinta-feira, porque seriam cerca de 16 horas de viagem, até chegar ao Maranhão. Conseguimos alguns contatos com a produção, mas algumas questões ficaram pendentes. A noite chegou, não havia mais tempo e nem entusiasmo de participar. Liguei imediatamente para o André que já estava a caminho do aeroporto. A sorte que peguei ele com o celular ligado, caso contrário o tamanho da confusão seria maior.
Na manhã de quinta ainda recebemos a oferta de depósito de mais 35% do nosso cachê e o restante no momento do show. Já eram dez da manhã e decidimos não arriscar. Todo o resto  colocamos no nosso site e em sites de relacionamento. Além de não recebermos o cachê, teríamos mais um problema, onde ficar em Fortaleza até a ida para Goiânia. Seriam três dias sem ter onde ficar. Com a ajuda do nosso novo amigo João Victor, conseguimos nos estabelecer em um apartamento que ele tem em um resort à beira do mar. Muita sorte mesmo. Ficamos os nove ali no apartamento curtindo piscina, mar e sol. Não havia cama para todos, mas não há problema algum em você dormir no sofá ou no chão em uma emergência dessas. Foi uma decisão acertada.
Não haveria como arriscar uma viagem de 900 km com nove pessoas a bordo para simplesmente tocar pelo prazer de estar em um mega festival. Nosso tempo de banda iniciante já passou, temos responsabilidades com as pessoas que trabalham conosco, com a própria banda e com as pessoas que gostam da nossa música. O Aquiles aproveitou os dois dias de semana, quinta e sexta para ministrar aulas no Bateras Beat.Na noite de sexta quando ele voltou nos presenteou com  notícia que ele, o Edu e a Cláudia haviam sido assaltados na saída da escola. Levaram o carro novo do Edu, mochilas, dinheiro e tudo que puderam. Ainda sim vimos a situação com alívio pois todos sabem que em situações desse tipo pode acontecer de tudo. Lamentamos sim a perda do note do Aquiles, cameras, registros dele e da banda que por anos estavam ali sendo guardados. Lógico que o cara que está com esse material não deve conhecer a história da banda e hoje o equipamento deve ter virado uma pequena porção de alguma droga. Lamentável. 

A grande viagem
 Saímos de Fortaleza em direção a Goiânia na tarde de domingo dia 22 de abril. Quando você pesquisa no Google e visualiza a quilometragem total a ser percorrida e lê 2300km, um mar de sentimentos te invade. São dois dias e meio de viagem, atravessando quatro estados pelo interior. Levamos um dia e meio para atravessar o Ceará e o Piauí. Passamos novamente por Picos e seguimos em direção ao oeste do Piauí. Passamos por cidadezinhas pequenas, onde inclusive encontramos um senhor muito bem humorado com seu chapéu de couro no maior estilo cangaceiro. O amável senhor concordou em posar conosco na maior marra de vocalista da banda. O Lampião do Metal. No início da noite do segundo dia, paramos em algum lugar na entrada do oeste do estado da Bahia. Era um posto de gasolina enorme perdido em meio a algum lugar onde só se vê caminhões indo, caminhões voltando. Uma das minhas maiores temeridades quando passamos por essas viagens muito longas, é o stress emocional que todos sentem. Exatamente nesse ponto da viagem quase não falamos uns com os outros. Apenas queremos chegar até o próximo local de show e voltar pra casa. É o que chamo de "cobrança da estrada". Saindo desse posto chegamos à divisa de Bahia com Goiás onde paramos para dormir em outro enorme posto de combustível. Era como se fosse uma vila com várias casas em volta. Não havia sinal de celular, apenas uma música vinda de dentro de dois ou três bares abertos que serviam alguns petiscos secos. Cena de filme brasileiro no centro do país. Quando o dia amanheceu voltamos à estrada e chegamos a Goiânia antes do meio dia da terça feira. 

Goiânia
Fomos recebidos pelo Adriano Reis, pela Beny e a Yasminn Fernandes da produtora Undermetal. Fomos para o hotel e em seguida para uma visita a loja que patrocinava o evento chamada Musical Roriz. Dedicamos o dia para ir cada um para um lado resolver seus problemas particulares. Eu fui até o banco e não saí de perto do hotel. Na manhã do dia seguinte o pessoal da produção e nossa equipe se dirigiram até o Teatro do Colégio Marista, que ficava a cerca de 200 metros do hotel. Mais uma vez Goiânia nos recebeu muito bem. Um teatro lotado se divertiu conosco, principalmente na parte das perguntas e interatividade conosco. Vários amigos compareceram como a Thais Sena, a Olivia Bayer, Jimme Smv, Murilo Ramos, Layanne Cristine, Murilo Morais, Arthur Albuquerque, João Lobo. Depois de receber a todos no merchandising, arrumei as minhas malas e a uma da manhã me dirigi até o aeroporto. Como eu havia assumido um compromisso no Rio Grande do Sul no próximo dia, acabei voltando mais cedo pra casa, enquanto o restante da banda seguia viagem até São Paulo e depois Mococa, onde o Infallibus fica estacionado.Não são muitas vezes que alguém do grupo deixa a trupe pra trás. Quando contece isso quem vai embora fica com aquela parcela de culpa por ter deixado uma parte do trabalho a ser feito pelos outros, mas dessa vez era inevitável.

  
Que venha maio e o futuro
Maio vem ai e iremos nos encontrar no dia 19 em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Tenho a sensação que vamos encerrar o ciclo pós Infallible. Desde abril de 2010 estamos na estrada. Fizemos cerca de 150 eventos e andamos cerca de 70 mil km com o Infallibus. 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Diário Hangar - Fevereiro/Março de 2012

Muita gente me perguntando sobre os detalhes de nossas viagens dos últimos dois meses e eu sempre deixando pra depois.Estamos em abril e nada mais justo que contar um pouco o que aconteceu em fevereiro e março nas nossas lidas de Hangar.


Fevereiro e o revival do Inside Your Soul.

Um pouco antes do Inside Your Soul completar dez anos de lançamento já conversávamos sobre um show de comemoração. Isso devia ter acontecido em 2011, mas a própria agenda da banda não proporcionava uma data onde tivéssemos a oportunidade. Verão sempre é complicado, é uma época de praia, carnaval e férias, mas não podíamos negar um convite para tocar em Volta Redonda no Rio de Janeiro feito pelo nosso amigo Sandrão Silva da SNS Produções. A data seria 05 de fevereiro. Como reunir a banda para um show somente não é conveniente, o Aquiles reanimou a ideia de fazer um show comemorativo em São Paulo, marcando os dez anos do Inside Your Soul. O local marcado foi o Blackmore. Aquiles mesmo ligou para o nosso antigo vocalista Michael Polchowicz e o convidou. O Mike ficou empolgado com o convite e marcamos um ensaio na casa do Martinez para repassarmos as músicas. Fazia muito tempo que algumas músicas do CD não eram tocadas ao vivo. Ter o Mike de novo com a banda foi um presente para todos nós.

Ensaios e Blackmore

Chegamos em São Paulo no dia 01 de fevereiro e fomos ensaiar. Era a mesma formação da banda durante os anos de 2000 até 2005. Tocamos o Inside Your Soul inteiro praticamente na primeira passada. Era legal ver e ouvir a alegria de nós estarmos juntos novamente. O Mike curtiu muito. Acrescentamos músicas que tocamos na época e alguns covers.
Dia 03 , sexta feira, montamos nosso equipamento no Blackmore, passamos o som e ficamos a espera da hora do evento. Eu havia ficado bem isolado nos bastidores, apreensivo como sempre para saber se tudo iria dar certo. O show de abertura ficou a cargo do nosso amigo Daniel Pique.Mais uma vez nossos amigos da capital nos surpreenderam e compareceram em massa. O show começou com o André cantando músicas de 2007 em diante, ou seja do TROYC até o Acoustic. Foi bem empolgante e depois dessa parte anunciamos a entrada do Mike. Tocar o disco na íntegra me trouxe várias lembranças de anos atrás. Todos cantando as músicas e a alegria de muitos por ver e ouvir a banda em uma das suas fases iniciais. Destaque para a carinha de felicidade da Marina Dickinson pelo momento. Tocamos também pela primeira vez ao vivo a música "Ask the Lonely" do Journey, que gravamos em 2003.






Volta Redonda

Saímos direto do Blackmore direto para Volta Redonda. Fomos recebidos pelo grande amigo Thiago Reis que nos levou até o hotel. Chegamos no sábado bastante cansados e todos se recolheram após a janta. No domingo cedo o Sandro já nos levou para o local do show, que era relativamente afastado do centro da cidade. O lugar era clube enorme com vários ambientes. Enquanto montávamos o equipamento em um outro lugar próximo a piscina rolava um "bingo", o que levou a várias brincadeiras e provocações sobre "os velhinhos da banda" que iriam participar da atividade. Esperamos o bingo terminar para poder passar o som. Encontramos nossos amigos William Rodrigues e Jorge Augusto que saíram do Rio de Janeiro para ver o show. Os dois estão sempre apoiando a banda onde quer que seja. O show de Volta Redonda seria diferente. Devido a um compromisso firmado anteriormente o, o André não poderia cantar e fizemos um set list com o Inside Your Soul na íntegra, mais algumas músicas do Infallible e do TROYC que o Mike mandou muito bem e alguns covers como Perfect Strangers , Ask the Lonelly e Eagle Fly Free. Foi um show surpreendente. Casa cheia e muita gente cantando as músicas antigas. Saímos agradecidos pela recepção do público de Volta Redonda. Voltamos a São Paulo na segunda pela manhã e nos despedimos desta etapa com o gostinho de dever cumprido. Aquiles foi direto para a Namm em Los Angeles, onde iria tocar e ensaiar com a lenda da guitarra Tony MaCalpine.

Michael Polchowicz

Resolvi publicar esse parágrafo em especial, separado porque ele é bem significativo. Ter a alegria de rever o Mike conosco foi um momento muito importante. Livre de egoísmo, despido de qualquer tipo de vaidade ,ele sempre foi e sempre será muito mais que o nosso "primeiro vocalista". Quando saiu da banda em 2005 ele foi um verdadeiro cavalheiro sabendo que era a coisa certa a fazer para que tanto ele quanto o Hangar pudessem continuar suas vidas. Nunca houve stress, nunca houve mágoa. Continuamos as vidas sempre cuidando do que um ou outro estava fazendo. Compartilhando informações, ideias e caminhos. Tocar ao seu lado e ver seu sorriso, sua dedicação dando o melhor em músicas que a anos não tocamos como Sea of Sorrow, Legions of Fate, Five Hundreds foi muito positivo. A sua postura sempre foi e sempre será de um cara profissional e acima de tudo um camarada e amigo que podemos contar para sempre. Queremos repetir esse show e contar com o Mike muitas outras vezes, assim que possível. Lidar com pessoas é um exercício constante de doação, entendimento e argumentação de ideias a favor de uma direção. Uma lição que ele nos passa até hoje quando diz "torço e entendo tudo o que vocês fazem e as pessoas que não enxergam isso não podem realmente estar aqui..."Grande e sábio "Gato Mike".

Março

Março chegou e nos reservou viagens sem a banda completa. Aquiles embarcou em uma tour com o guitarrista americano Tony MaCalpine. A tour começou no final de fevereiro na realidade e foi até o dia 21 de março. Passando por vários países da Europa , acompanhei de longe os reports semanais e as fotos do Daniel Pique, sempre publicadas no facebook. Uma vez conseguimos conversar pelo "skype" e vi que Aquiles estava muito feliz de compartilhar o palco com uma lenda viva da guitarra. Após acompanhar Vinnie Moore, Tony MaCalpine, o teste para o Dream Theater , o lançamento do DVD nos USA, participar do Modern Drummer e outras diversas atividades fora do país, podemos dizer que a carreira internacional dele vai muito bem obrigado, com todo o merecimento.

Aventuras nos pampas


Por aqui tive o prazer de convidar o meu amigo Eduardo Martinez para uma série de sete workshops em cidades do interior do Rio Grande do Sul.
Como sempre , a agradável companhia do Martinez, além de ser única pela amizade e pelo companheirismo de banda torna-se mais peculiar por toda sua sabedoria gastronômica e comportamental que só ele sabe ter. Saímos dia 16 e fomos direto a Frederico Westphalen onde nosso amigo Luís Carlos Fuga nos recebeu de maneira entusiasmada na sua loja chamada "Lugosi". Foram duas noites agradáveis na pequena cidade universitária. No worshop quem veio nos visitar foi o Lorival da Rosa, grande baterista que mora na cidade de Panambi. Seguimos direto para Santo Angelo , onde conosco tivemos a participação do Mauriel Ourique na bateria. No final tocamos um meddley de músicas do Iron Maiden com o Alex Finckler e o Marcos Rígoli.
Seguimos viagem para a cidade de Horizontina. O workshop foi em um teatro. Foi muito legal ter a companhia de mais de 100 pessoas, músicos da cidade que participaram com muita curiosidade do evento. Sucesso total apoiado pelo Alysson e pelo Luis da loja Shopp Music de Santa Rosa. Depois viajamos para a cidade de Três de Maio , onde fomos recebidos pelo Elisandro Weise da loja A Musical. Estivemos na rádio Cidade Canção FM que toca duas músicas do Hangar na programação normal. A cidade se movimentou e o workshop foi realizado em um pub chamado Armazem Liquid, muito conhecido por ter abrigado vários shows nacionais. Depois foi a vez de Ijuí, onde tocamos na loja Cia. da Música. Todos que estavam lá queriam saber do DVD, quando ia ser lançado etc...foi uma noite agradável na companhia dos amigos de Ijuí, Marcos Rígoli, Fábio Mariani e Fábio . Na manhã seguinte, dia 23 seguimos para São Luiz Gonzaga. O Álvaro Adam já nos esperava ansioso para nos levar a uma, duas , três rádios na cidade, sempre destacando a importância de um evento assim para a cidade. O Álvaro é uma figura ímpar, um batalhador incessante da música e grande amigo. O workshop foi no Restaurante Bela Vista do nosso amigo Lucas Bussler. Um lugar agradável com toda a infra estrutura para um bom evento. Mais uma vez nosso amigo Mauriel Ourique nos acompanhou. No final tocamos Solitary Mind e Mais Uma Vez com o Álvaro cantando. Depois do workshop pude curtir a banda do Álvaro tocando uma leva de covers de bandas nacionais. Não aguentei e fui tocar uma música da banda gaúcha Papas da Língua chamada, Vem pra Cá. Foi muito legal interagir com o pessoal. Voltamos para casa na manhã seguinte satisfeitos pela semana maravilhosa conhecendo pessoas que gostam do som do Hangar e apoiam a banda sempre.
Dia 29 voltamos a estrada em direção a cidade de Canela na serra gaúcha. Falar da dupla Canela e Gramado que se distanciam por apenas 6 km é falar de inverno, beleza, chocolate, frio, vinho. Cidades lindas demais. O workshop, organizado pelos meus amigos Fernando e Matheus da escola Oficina da Música foi no Cine Teatro Casa de Pedra. Lugar sensacional com uma estrutura bacana e que abrigou um público muito seletivo e atento ao evento. Foi uma noite de duas horas de concentração e muito bate papo com os músicos da cidade. No final eu estava muito feliz . Sai com a sensação de que havíamos feitos muitos amigos e muitos fãs na cidade. Promessa de voltarmos com a banda completa. Viajar pelos pampas sempre é muito bom. Em maio tem mais, agora com o Aquiles e suas aulas, master classes e palestras.

Sempre tem uma pra contar

Viajar sempre é uma pequena aventura. Sempre que vamos de carro e dessa vez era com o meu, combinamos que o co-piloto, aquele cara que vai ali do lado do motorista fique atento para todas as placas, desvios, lombadas e que principalmente não deixe o motorista ligar o piloto automático e dormir, sabe?? para evitar danos maiores..hahah. Estávamos eu e o Martinez em direção a cidade de Horizontina, após sair de Santo Ângelo, a cerca de 500 km de Porto Alegre. Eu li uma placa "Horizontina 33 km" e perguntei: "reto ou direita???". Ele não respondeu e segui pela principal continuando nossa animada conversa sobre "as qualidades gastronômicas do salmão grelhado comido em Frederico Westphalen", ou seja um papo bem interessante para o "Eduardo", haha... Depois de uns 25 minutos nossos celulares quase que simultaneamente começaram a receber mensagens. Umas tres mensagens cada um e eles são de operadoras diferentes. Eu parei o carro e comecei a ler: "Bem vindo a Argentina; No caso de ligações internacionais usar isso, usar aquilo...". Eu olhei para um outdoor a cerca de 30 metros de distância e li " Bem vindo a Porto Mauá, divisa Brasil - Argentina". ???. Havíamos nos desviados do caminho por cerca de 30 km e estávamos quase em território estrangeiro e ainda por cima Argentino e quando eu penso em Argentina já me vem futebol na cabeça. Tivemos que voltar 30 km e andar mais 33 km em direção ao nosso objetivo.
Moral da história: "Fique de olho na pista e não deixe seu co-piloto dormir? ", "salmão grelhado é um perigo?", "fique longe de qualquer divisa com a Argentina?, "viajar com o Eduardo é sempre legal?", "todas as alternativas são corretas???", hauhauhuahau......





























domingo, 4 de março de 2012

Músicas que marcaram : Capítulo seis - Dancing Days - Led Zeppelin


Mais do que natural que uma música que está no primeiro disco que voce comprou faça parte da sua vida. Houses of the Holy é o quinto disco do Led Zeppelin. Quando comprei esse disco a banda nem existia mais, mas a força que o nome tinha era impressionante. Uma das coisas mais engraçadas da época era quando toda a galera "cabeluda" da cidade se reunia e começava a discutir música, era Rush pra um lado, Deep Purple pra outro, Black Sabbath no meio, mas quando chegava no "Led", não havia mais discussão. Era uma unamidade. Eles eram uma banda tão grande que acabava qualquer falatório. Era praticamente obrigatório você ter o Led I, II, III, IV e todos os outros. Jimmy Page era um um gênio e Robert Plant um símbolo de uma era. Hoje talvez seja até difícil imaginar isso, mas era uma realidade. Com uma capa que continha crianças subindo para o alto de uma montanha de pedras, o disco era completamente inovador para a época. As músicas passavam por várias vertentes e influências. Do violão folk de "Over the Hills and Far Away" até o funk de "The Crunge", passando pelo progressivo de "No Quarter" até o peso pesado de "The Song Remais the Same". Abrindo o "Lado 2", "Dancing Days com sua introdução de múltiplas guitarras e levada quase hipnótica tem um refrao marcante que aliado ao riff inicial que volta várias vezes acaba te pegando para sempre. Pode não ser a melhor música do Zeppelin , mas para quem estava conhecendo a banda , nada melhor do que se apaixonar por uma música do seu primeiro disco e escutá-la para sempre.

Led Zeppelin
Dancing Days ( Page,Plant )
Disco - Houses of the Holy - 1973

Dancing days are here again
As the summer evening grows
I got my flower, I got my power
I got a woman who knows

You know it´s alright
I said it´s alright
You know it´s alright in my heart
You´ll be my only, my one and only
Is that the way it should start?

Raízes no passado, presente e futuro.


Falar sobre o passado sempre é um bom começo para te lembrar do presente e do futuro. A cerca de 40 dias encontrei passeando pela rua , como se nada tivesse a fazer , um cara chamado Luciano Franco. Ficamos mais de uma hora relembrando os nossos momentos juntos na minha primeira banda de trabalho autoral. Luciano era o guitarrista, eu o baixista, Claiton Ramos o vocal e Adriano Azeredo o baterista. A banda se chamava "Alma Beat" , em homenagem a um livro de crônicas sobre vários escritores beatniks, publicado pelo jornalista gaúcho Eduardo Bueno. Eu tinha lido um livro chamado "Verdes Vales do Fim do Mundo" do escritor Antonio Bivar, que contava as suas aventuras pelo Reino Unido como mochileiro nos anos 70 e a soma desses dois livros levaram-me a sugerir o nome da banda. Durante a conversa lembramos daqueles cerca de quatro ou cinco anos em que sonhamos muito com a música. Era o auge do rock/metal por aqui, época de Metallica, Guns, Skid Row, Mr Big, etc...Tocávamos muitas músicas de nossa autoria. Geralmente eu fazia alguma coisa no violão e ele apresentava o riff e depois eu escrevia as letras , na maioria abstratas demais para serem usadas hoje. Nossas influências eram muito parecidas. Eu gostava de Mr Big, o Luciano de Iron Maiden, o Adriano de Pantera e o Claiton das coisas "novas" vindas de Seattle. Uma das lembranças que vieram a tona foi a insistência do Adriano em usar pedal duplo. Imagina em uma época em que ter uma bateria era um luxo enorme, ele tinha uma "Pearl" vermelha com um pedal duplo. Eu e o Luciano achávamos um exagero, ou melhor, nem tínhamos ideia de como se usava "aquilo". Talvez fosse medo do novo, do inovador e também porque não éramos muito chegados a metal mais extremo ou mais rápido que exigisse a ferramenta. Rimos muito pela ironia do inusitado. Lembramos também do nosso primeiro grande show. Aniversário da cidade no ano de 1995, quase 17 anos atrás. Tocamos com o guitarrista Frank Solari que era o show principal. Acho que havia umas 5 mil pessoas na praça, o palco enorme, som perfeito e nós tocando nossas músicas com uma violência extrema. Éramos uma banda de muita pegada e que tocava bem pesado. Na real , na nossa cabeça éramos a melhor banda de todos os tempos na cidade de Gravataí "hauhauhuahua". Enfim, no final de nossa conversa ficamos de marcar um encontro com a banda toda ainda esse ano. Claiton mora na praia do Campeche em Florianópolis e o Adriano e o Luciano aqui no bairro onde moro. Hoje lembrando do passado tudo parece muito amador ou imaturo , mas à época era o que nós achávamos o correto, o melhor para a banda e tivemos muitos momentos ótimos. O tempo passa e as pessoas se distanciam pelo próprio correr da vida, mas as imagens do passado ninguém pode tirar de você e nada melhor do que o verbo para fazer você relembrar que tudo que passa tem a sua devida importância e as amizades mesmo em silêncio se mantém vivas por esse laço.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pride Music e Riffmaker Representação


Pra quem não sabe eu represento a Pride Music no estado do Rio Grande do Sul, através da minha empresa chamada Riffmaker Representação Comercial e Artística Ltda. O trabalho consiste basicamente em visitas a s lojas de instrumentos musicais demonstrando e vendendo produtos Pride. Em anexo segue a arte feita pelo João Duarte com foto de Alexandre Dimas, que virou um folder para distribuição para os lojistas. Dos produtos Pride , as marcas SWR, Jackson, Korg, DDrums e Lp estão presentes conosco no Hangar, as demais não possuem vínculo com a banda. É um grande prazer e desafio percorrer o estado visitando as lojas e tem sido gratificante e importante pois me mantém sempre no ritmo da vida de músico. Estar sempre no ambiente é muito legal.A atividade também proporciona uma série de workshops em vários lugares. Durante o mês de março estarei junto com o Eduardo Martinez percorrendo alguns kilometros e visitando as cidades de Frederico Westphalen, Ijuí, São Luiz Gonzaga, São Borja, Santa Rosa e Canela. Os interessados em levar o workshop podem entrar em contato pelos emails mello@hangar.mus.br ou riffmaker.empresa@gmail.com